Farra da Taxa das Pulseiras e a Crise do Fundo Ambiental em Maragogi

Maragogi, Alagoas – O Fundo Municipal de Preservação do Meio Ambiente de Maragogi atravessa uma grave crise, marcada por denúncias de má gestão e um aumento controverso de 40% na taxa das pulseiras necessárias para entrada nas famosas “Piscinas Naturais”. A taxa, que passou de R$ 5,00 para R$ 7,00, gerou revolta entre a população local, especialmente por suas justificativas que permanecem nebulosas. O Ministério Público do Estado de Alagoas já tomou providências, instaurando uma ação contra o município para investigar as irregularidades na gestão dos recursos naturais.
No centro das acusações está o Super Secretário Gabriel Vasconcelos, que é visto como o responsável pelo aumento da taxa e pela administração dos recursos do fundo. Criado pela Lei Municipal nº 629/2017, o fundo deveria, entre outras funções, financiar ações de conservação e educação ambiental. Contudo, seus objetivos têm sido comprometidos pela falta de transparência e suspeitas de desvio de finalidade, situação que gerou indignação entre moradores e defensores do meio ambiente.
O Papel do ICMBio na Conservação
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), encarregado da gestão da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, é fundamental para a conservação dos ecossistemas da região, que incluem recifes de corais e manguezais. No entanto, a aparente desconexão entre o fundo municipal e as ações do ICMBio levanta sérias dúvidas sobre a eficácia na preservação ambiental. A participação do ICMBio é vital para assegurar que os recursos sejam utilizados de maneira responsável e alinhada aos objetivos de conservação.
Câmara de Vereadores Sob Pressão
Diante da gravidade da situação, a Câmara de Vereadores é convocada a exercer seu papel fiscalizador. A criação de uma comissão para auditar as contas do fundo é considerada uma necessidade urgente. Um ativista local ressaltou: “A Câmara precisa agir com firmeza e exigir explicações detalhadas sobre a gestão do fundo. É inaceitável que recursos destinados à preservação ambiental sejam utilizados de forma questionável.”
A população de Maragogi também exige mais rigor do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, que tem a responsabilidade de acompanhar a aplicação dos recursos. As secretarias de Meio Ambiente e de Finanças, envolvidas na execução orçamentária, são objeto de vigilância pública.
Por um Futuro Sustentável
Com a intervenção do Ministério Público em andamento, a expectativa é de que a Câmara de Vereadores mostre comprometimento com a causa ambiental e os interesses da comunidade. A introdução de uma comissão de fiscalização independente e a realização de audiências públicas são passos cruciais para restaurar a confiança no fundo e garantir que os recursos sejam aplicados apenas na proteção do patrimônio ambiental de Maragogi.
O momento é decisivo para Maragogi, e a preservação do meio ambiente — essencial para a economia local do turismo — depende de uma fiscalização rigorosa e da colaboração entre a sociedade civil, a Câmara de Vereadores, o ICMBio e outros órgãos competentes. A busca por transparência e compromisso com a preservação ambiental deve ser uma prioridade coletiva.